Hoje voltei para casa com uma idéia na cabeça, conseqüente de uma conversa que eu ouvi. Nada necessariamente relevante – como de costume - mas vale o texto. A pseudo-opinião de sempre, vá lá.
Pois então. Uma parte da conversa girava em torno de Che Guevara, outra parte relacionava a instrução de alguém com seu posicionamento político e a categorização disso em bom ou ruim. Em suma, o cubano argentino era um imprestável (um ponto de vista justificado, veja bem) e muitas críticas à esquerda comunista pairavam no ar.
Antes de continuar, vou dividir com meu hipotético leitor a música dos Beatles que está tocando enquanto escrevo. John Lennon canta sobre campos de morangos e afirma sem rodeios: “nothing is real”.
Certo, nada é real, e eu retomo meu raciocínio. Comecemos pelo revolucionário que dá nome a esse texto. Como poderíamos enunciar qualquer opinião justificada sobre ele, por assim dizer, se nosso conhecimento sobre o assunto é necessariamente parcial e subjetivo?
A questão é que qualquer fonte existente é parcial e subjetiva. Qualquer livro será feito a partir de versões que têm influencia da ideologia, da memória seletiva e da opinião do autor. Isto é, não será a verdade absoluta.
E é aqui que eu queria chegar. A conversa não se restringe ao tal Guevara; tudo o que você pensa se baseia
Talvez, penso eu, a concepção disso permite que você ache o que quiser. Porque mesmo que alguém venha te questionar, é bem provável que este alguém esteja tão certo quanto qualquer outro. “Misunderstanding all you see”, cantam os Beatles.
Então pense o que quiser, use aquela camiseta com o “Che”, faça o que bem entender. Só não diga que você está certo, e pense muito antes de tomar algo como verdade. Sócrates ficaria orgulhoso.
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E antes que eu me esqueça, a filosofia de vida, se quiserem chamar assim. Como você não está preso a nenhuma certeza, posto que tudo é subjetivo e talvez ninguém nunca chegue a essa “verdade absoluta”, você pode tomar também qualquer coisa como o motivo da sua existência.
Coloquemos assim: não é necessário procurar por uma resposta para a vida, as respostas estão todas aí. Só é preciso achar a sua pergunta. “Strawberry fields forever”, e entenda como quiser.
"What? No, seriously, what?"
mp3: The Beatles – Strawberry Fields Forever
Resumo pro Volkmann: Che Guevara pode ser um mártir ou um grandissíssimo filho da puta, não importa. Como qualquer outra coisa, não existe verdade absoluta e você pode achar o que quiser. Inclusive, pode adotar essa idéia como filosofia de vida.