aqui,
com ar afoito,
fevereiro
resguarda o maior
quinhão
de meu inquieto
coração.
ele revive por
inteiro
dia de sol praieiro
à Lagoa da Conceição.
aqui,
no prenúncio do fim
do verão
recolho imagens de
até então
e faço do teu álbum
meu fiel companheiro
certo de que nada
será passageiro
guardo-o salvo em meu
gaveteiro
fazendo de tuas fotos
minha definitiva inspiração.
aqui,
da minha pele a
branquidão
reclama seu tom
verdadeiro
de irritado vermelho
arruaceiro.
anseio de novo corte
certeiro,
feliz ofício da tua
desocupada mão
a rasgar-me com
satisfação.
aqui,
ensaio em segredo
canções em alemão
e frases feitas de
poetas do Rio de Janeiro
para ilustrar cada
dia nosso em chão brasileiro
e antes que eu parta
ao estrangeiro
faça-me mais desse
pão de queijo mineiro
e evite que me
consuma a inanição
aqui,
ainda contigo sobre o
mesmo colchão
já me debato cheio
dessa recente aflição:
sem ti (ou fiel cópia
tua) não serei inteiro.
se puderes fazer-me o
favor, pois não,
peça o quanto antes
ao carteiro
para mandar-me tua
igual reprodução
aqui,
onde o tempo é
ligeiro
ao finzinho de
fevereiro
resisto à tenaz
premonição
dita por inquieto
trapaceiro.
do relógio o fugaz
ponteiro
não há mais ninguém
que resista são
aqui
sob protesto de
interno berreiro,
vou-me somente sob
uma condição
já que em meu peito
já há um vão:
jamais olvide-se em
meio à multidão
que tornaremos à
nossa pendente paixão,
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