quinta-feira, 19 de março de 2009

3 Filmes sobre Heroína


...ou os únicos três que eu consegui lembrar sobre esse assunto, mas que eu assisti mesmo assim e que são incríveis, todos os três. E, se vale a pena ressaltar isso aqui ou se ficou implícito mesmo (“implícito, Lisa?”), digo que eu realmente tenho uma queda por contra-cultura e coisas cult em geral, mesmo sendo um iniciado no assunto. É fato que há quem goste e há quem não goste (e o “Bebê de Rosemary” que o diga), mas vá lá, escrevo na esperança de que alguém se interesse.
Certo. Vamos aos filmes e o pouco que eu tenho a dizer sobre eles:

- Diários de Adolescente (The Basketball Diaries, 1995)

Leonardo DiCaprio, Mark Wahlberg, Juliette Lewis, dirigido por Scott Kalvert. Como a maioria dos filmes congêneres a este, a trama gira em torno do protagonista, que era legalzão e não tinha muitos problemas na vida até que resolveu usar drogas e estraga tudo, sem muitos plot-twists. Comecemos com o que eu chamaria de uma pseudo-opinião sobre o filme, mas antes uma ressalva: eu vi esse filme na aula, talvez detalhes importantes tenham sido perdidos (e uma canelada grande cabível ao momento: eu não tenho certeza se era heroína que ele injetava).
Super pseudo-opinião ativada: A atuação aqui me pareceu muito boa, afinal, querendo ou não, o Leonardo DiCaprio convenceu muito e as cenas que precisavam da presença dele estão lá. As crises de abstinência, os gritos pela mãe, a deterioração do personagem, tudo muito bem representado. Sobre a trilha sonora, eu não me lembro de nada em especial, e sobre a fotografia, bom, não sou muito bom nisso (provavelmente a minha definição de “fotografia” serve só para uso próprio) mas eu diria que esse filme é normal nesse sentido. Nos momentos de podridão do protagonista, a iluminação fica mais escura e as cores ficam mais frias, mas nada que se compare ao último filme que eu vou citar.

Quanto à trama desse filme em específico (baseada em uma história real), digamos que o filme realmente vai conforme o que eu disse que ele iria, mas o especial aqui é que o protagonsista – que se chama Jim Carrol - tem 16 anos e joga basquete (o que é o principal da vida dele) e que tem uns amigos que viram drogadinhos e vão pro buraco junto com ele. Ele é poeta e escreve um diário (e dái vem o nome do filme), o que serve como uma visão alternativa do mundo das drogas que ele entra – as poesias dele passam o sentimento da situação toda e tal. Coisa fina.

Agora o que interessa mesmo: esse filme passa uma imagem negativa das drogas, mas Jim se dá bem no final; você se sente bem depois que acaba, afinal, tudo tem volta, por pior que seja. A melhor cena, em minha opinião, é aquela em que o time de basquete dele joga sob efeito de pílulas depressoras ao som de “Riders on the Storm”, do The Doors. Sensacional.
Trailer:

- Trainspotting – Sem Limites (Trainspotting, 1996)

Esse aqui talvez seja o mais leve de assistir; tem os personagens que se fodem muito, tem a questão da heroína e da deterioração das pessoas e a grande alienação que é a coisa toda, mas conta com um alívio cômico, em diversos momentos. Dos três filmes, é meu favorito.

Super pseudo-opinião ativada: Do elenco, acho que me limito a citar o Ewan McGregor (A Ilha, Star Wars 1, 2 e 3, Miss Potter) como o excelente Mark Renton (o protagonista) e o diretor é o Danny Boyle, que esse ano ganhou um Oscar por “Quem quer ser um milionário?” (leia-se: “o cara manja”). Da trilha sonora, vou dizer que ela é composta por músicas que não foram feitas para o filme, mas o jeito que elas encaixam no contexto é muito bem pensado. Iggy Pop, Lou Reed, música eletrônica da década passada e até Brian Eno entram aqui e deixam o filme mais intenso. Sobre a fotografia, acho que ela passa bem o sentimento de indiferença do personagem em relação a tudo; é só observar o tempo nublado sempre, as cores frias que aparecem mais, e a iluminação – the usual.
"better than sex, man, better than sex..."

Sobre a história do filme - esta, baseada em um livro – podemos ver dessa vez um protagonista junkie que não piora conforme o tempo; ele já é um viciado e fodido desde o começo. O filme é inglês, se passa na Escócia (o sotaque, o sotaque!) e na própria Inglaterra, mostrando a vida em função da droga, e as aventurinhas do barulho com uma galerinha eletrizante (desculpas, haha) e etc. Vale pelo final e por ser um filme divertido; não vou ficar aqui na história pra poupar os spoilers.

Agora o que interessa mesmo: inglês, mais leve de assistir, uma narração em off que eu acho o máximo, tem o final mais divertidamente sacana, e a introdução mais memorável: “Chose life. Chose a job, chose a carreer, chose a famlily...(...)but why would I want any of that?(…)Who needs reasons when you have heroin.”. Minha cena favorite talvez seja essa mesmo da introdução, mas eu ainda diria a cena do banheiro, ou da abstinência dele; fica a dica, é muito foda.

Trailer:

- Réquiem para um Sonho (Requiem for a Dream, 2000)

Finalmente, a menina dos olhos. Vamos por partes, então: “Réquiem”, por definição, é a música ou a missa feita para aqueles que partiram, o que faz bastante sentido pro título do filme; os quatro personagens principais têm seus sonhos “assassinados” pela droga (ou as drogas; no caso, cocaína, heroína e anfetamina) em uma trama que se desenrola com maestria.

O que eu quero dizer com isso (super pseudo-opinião, mais uma vez) é a intensidade que qualquer um sente assistindo os takes rápidos, ouvindo uma trilha sonora instrumental extremamente coesa com as cenas, e percebendo que o diretor conseguiu com a técnica fazer da estória muito mais forte e “tapa na cara” – tudo vai crescendo até um clímax impressionante: eu me segurava na poltrona, você realmente há de se sentir na pele do personagem. Vale a curiosidade aqui, um patrocínio da Wikipedia: “Na média, um filme de cem minutos possui entre seiscentos e setecentos cortes, já Requiem apresenta mais de dois mil.”

Em suma, é uma pira, um dos melhores filmes que eu já vi. O que se passa (baseado em um romance de 1978): três xófens de uns 20 anos (dois garotos e a namorada de um deles) com muitas idéias na cabeça e uma vontade óbvia e muito grande de enriquecer, que sentem o futuro ficando pra trás depois que as coisas começam a dar errado e a heroína fica no caminho deles. O quarto personagem é a mãe do protagonista (um dos garotos) que sonha em ficar magra e bonita para aparecer na TV, mas que acaba buscando em comprimidos de anfetamina uma solução rápida pra isso, ficando maluca e viciada. De novo, a deterioração dos personagens, “blá blá blá” , só que nesse último filme isso fica MUITO fantástico.

O elenco é composto por Jared Leto (conhecido também como o vocalista da banda “30 seconds to mars”) como o personagem principal “Harry Goldfarb”, Jannifer Connelly (Uma Mente Brilhante) como a namorada dele (1 indicação para Oscar de melhor atriz coadjuvante), Marlon Wayans (sim, pasmem, o negão de “Todo Mundo em Pânico”) e Ellen Burstyn (O exorcista, embora ela esteja muito mais velha nesse filme de 2000) como a mãe dele. Todas atuações incríveis também.

Agora o que interessa mesmo: esse filme é muito intenso, precisa de estômago pra assistir, mais compensa demais por ser impecável, em minha humilde opinião. Eu daria um 10. Gosto muito das últimas cenas, não sei muito o que dizer sobre isso.

Trailer:

Mp3: The Velvet Underground - “Heroin”.

Resumo pro Volkmann: Vários resumos espalhados pelo post onde ta escrito “Agora o que interessa mesmo...”. Eu disse aqui que gosto de filmes sobre drogados e eu acho “Réquiem para um Sonho” o mais foda deles, fica a dica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe um comentário e ganhe um abraço, um biscoito da sorte e dois vale-duchas :)